Livro 3


TERCEIRO LIVRO
Salmos 73 a 89

Salmo 74 Salmo 75 Salmo 76 Salmo 77 Salmo 78 Salmo 79 Salmo 80  Salmo 81 Salmo 82 Salmo 83 Salmo 84 Salmo 85 Salmo 86 Salmo 87  Salmo 88 Salmo 89

SALMO 73
A prosperidade e o fim dos ímpios
Um salmo da família de Asafe.
1 Com toda a certeza Deus é bom para Israel, ou seja, para todos quantos cultivam um coração sincero!
2 Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei.
3 Porquanto eu acumulava inveja dos arrogantes, ao ver a prosperidade desses ímpios.
4 Eles não passam por crises e sofrimentos, e têm o corpo esbelto e saudável.
5 Estão livres dos fardos cotidianos impostos a todos os mortais, não são atingidos por doenças como a maioria das pessoas.
6 Por isso, a soberba lhes serve de colar e, em seu orgulho, se vestem de violência.
7 Do seu íntimo brota a maldade, assim como da sua mente transbordam todos os ardis.
8 Eles zombam, e suas palavras são repletas de malícia; em sua arrogância exaltam a própria corrupção.
9 Contra os céus dirigem as palavras de suas bocas, e pela terra fazem espalhar a maldade de suas línguas.
10 Por isso, seu povo se volta para eles e se delicia sorvendo suas palavras até saciar-se.
11 Eles questionam: “Acaso poderá Deus saber disso? O Altíssimo se ocupará desses assuntos?”
12 Assim são os ímpios: sempre seguros, acumulando riquezas.
13 Pensando dessa forma, em vão conservei puro o coração e lavei as mãos em sinal de inocência?
14 Para que me atormento o dia todo, e sou repreendido, toda manhã?
15 Caso levasse a efeito me expressar assim, eu teria renegado a linhagem de teus filhos.
16 Todavia, quando busquei compreender tudo isso, reconheci que estava diante de uma tarefa muito acima das minhas forças;
17 até que entrei na Casa de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios.
18 Na verdade, tu os colocas em terreno escorregadio e os fazes cair na destruição.
19 Como são destruídos de repente, absolutamente tomados de terror!
20 São como um breve sonho que se vai assim que acordamos; quando te levantares, ó Senhor, tu os farás desaparecer.
21 Quando meu coração estava amargurado e no meu íntimo curtia a inveja,
22 era eu um insensato e ignorante; minha atitude para contigo era semelhante a de um animal irracional.
23 Contudo, sempre estou diante de Ti; portanto, tomas a minha mão direita e me susténs.
24 Tu me diriges de acordo com os teus desígnios, e no fim me acolherás em glória.
25 A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti!
26 Embora minha carne e meu coração definhem, Deus é a rocha do meu coração e minha herança para sempre.
27 Eis que perecerão os que de ti se afastam, tu exterminas a todos os que te rejeitam.
28 Eu, porém, tenho por felicidade estar na presença de Deus. Em ti, Eterno Deus, deposito minha plena confiança, para proclamar todas as tuas obras!

 SALMO 74

Lamento sobre a ruína do templo
Poema da família de Asafe.
1 Por que, ó Deus, esta rejeição sem fim, esta ardente cólera contra as ovelhas de teus pastos?
2 Lembra-te da comunidade que adquiriste desde a origem, da tribo que reivindicaste como herança, do monte Sião, onde fizeste tua morada!
3 Dirige teus passos para essas eternas ruínas! O inimigo tudo devastou no santuário.
4 Teus adversários rugiram no lugar de tua assembléia, erigiram seus estandartes como insígnias.
5 Pareciam homens a brandir o machado em mata espessa,
6 ao despedaçarem todos os entalhos, a golpes de machado e malho.
7 Atearam fogo ao teu santuário, derrubaram e profanaram a morada do teu Nome.
8 Disseram em seu coração: “Juntos vamos oprimi-los!” E incendiaram, no país, todos os lugares de encontro com Deus.
9 Não mais vemos nossas insígnias, já não há profeta e não temos alguém, entre nós, que saiba até quando:
10 até quando, ó Deus, tripudiará o adversário? Blasfemará o inimigo teu Nome, sem cessar?
11 Por que retrais tua mão, e reténs tua destra contra o peito?
12 No entanto, Deus é rei desde sempre, é ele quem realiza vitórias na terra.
13 Com tua força fendeste o mar, e despedaçaste, sobre as águas, as cabeças dos monstros marinhos.
14 Esmagaste as cabeças do Leviatã e o serviste de alimento aos habitantes do deserto.
15 Fizeste jorrar fontes e torrentes, e secar rios impetuosos.
16 O dia é teu, é tua a noite; criaste a luz e o sol.
17 Os limites da terra estabeleceste; verão e inverno foram por ti determinados.
18 Lembra-te, em teu poder, de que o inimigo te ultrajou, ó Eterno, e de que o povo infame contra teu Nome blasfemou.
19 Não permitas que seja entregue às feras a alma de tua pomba, Israel, nem esqueças para sempre a vida dos teus filhos!
20 Considera a aliança, pois os esconderijos do país encheram-se de covis da violência.
21 Não permitas que o oprimido se retire humilhado! Faze que o pobre e o necessitado louvem o teu Nome.
22 Levanta-te, ó Eterno, e defende a tua causa; lembra-te de como os insensatos zombam de ti dia e noite.
23 Não ignores o rugido dos opressores, o alvoroço dos que se erguem contra ti, e destrói-os para sempre!

SALMO 75
Deus, o grande Juiz dos povos
Ao mestre do coro, de acordo com a melodia Não Destruas.
Um salmo e cântico da família de Asafe.
1 Nós te exaltamos, ó Eterno; graças a ti rendemos, e sentimos a proximidade de tua presença; todos proclamam os teus feitos maravilhosos.
2 Pois disseste: “Quando Eu escolher o tempo apropriado, farei justiça com retidão.
3 Trema, entretanto, toda a terra com seus habitantes. Eu lhe firmei as colunas.
4 Aos arrogantes ordenei: Não sejais insolentes! E aos ímpios repreendo: Não levanteis a vossa fronte.
5 Não ergais com soberba a vossa voz contra os céus; não faleis com insolência contra a Rocha”.
6 Não é do Oriente nem do Ocidente, tampouco é do deserto, ao sul, ou das montanhas ao norte que vem a vitória.
7 É Deus quem julga: a um rebaixa, a outro eleva!
8 O SENHOR tem na mão uma taça, cujo vinho espuma, cheio de mistura; dele dá a beber: sorvem-no até a última gota, bebem-no todos os ímpios da terra.
9 Quanto a mim, para sempre proclamarei esses feitos; cantarei louvores ao Deus de Jacó.
10 O orgulho dos perversos abaterei, porém exaltada será a honra dos justos.

SALMO 76
Canto de vitória
Ao mestre de música. Com instrumentos de cordas.
Um salmo e cântico da família de Asafe.
1 Deus é conhecido em Judá, seu Nome é grande em Israel.
2 Sua tenda está em Salém; em Sião, sua morada.
3 Ali quebrou as flechas do arco, o escudo, a espada e o aparato bélico.
4 Tu és deslumbrante, mais magnífico do que montanhas de despojos.
5 Foram espoliados os de coração indomável, tomados pelo sono, e nenhum dos valentes pôde valer-se das próprias mãos.
6 Ante tua ameaça, ó Deus de Jacó, carros e cavalos ficaram imobilizados.
7 Tu infundes temor: quem pode manterse diante de ti durante a tua ira?
8 Do céu enunciaste a sentença: a terra fica paralisada de medo,
9 quando tu, ó Deus, te levantas para julgar, para salvar todos os humildes da terra.
10 Até a ira dos homens redundará em teu louvor, e com os resquícios de furor tu te cinges.
11 Fazei votos ao SENHOR, vosso Deus, e cumpri-os! Tragam-lhe presentes todas as nações, e depositai-os em torno dele, que inspira temor!
12 Ele deixa sem alento os príncipes, aos reis da terra faz tremer de medo.

SALMO 77
Deus rico em poder e misericórdia
Ao regente do coro, ao estilo de Jedutum.
Um salmo e cântico da família de Asafe.
1 Elevo a Deus minha voz, e clamo; elevo a Deus minha voz, para que me ouça.
2 No dia da minha angústia, procuro o Senhor; de noite, não me canso de erguer a mão. Minha alma recusa ser consolada.
3 Lembro-me de Deus e gemo; medito, e meu espírito desfalece.
4 Manténs abertas minhas pálpebras; tão perturbado estou, que nem posso falar.
5 Relembro os dias passados, os anos de outrora.
6 De noite, recordo minha cantiga; medito-a no meu coração. O espírito indaga:
7 “Acaso o Senhor nos rejeitará para sempre, e já não voltará a ser-nos favorável?
8 Acaso de todo se esgotou sua fidelidade, terminou sua promessa para as gerações?
9 Acaso Deus se esqueceu de ter compaixão, ou a cólera lhe enrijeceu as entranhas?”
10 Então pensei: “Apelarei para o que há muito realizou a mão direita do Altíssimo”.
11 Recordo-me dos feitos do SENHOR, lembrado estou dos teus milagres de outrora;
12 penso em todas as tuas obras, e medito em teus prodígios.
13 Teu Caminho, ó Deus, é Santo: grande como Deus, outro deus não existe!
14 Tu és o Deus que fazes milagres, mostraste teu poder entre os povos.
15 Com teu braço resgataste teu povo, os filhos de Jacó e de José.
16 As águas te avistaram, ó Deus, as águas te tremeram e contemplaram; até as profundezas estremeceram.
17 As nuvens desfizeram-se em água, houve trovões nos céus; também tuas flechas coruscavam em todas as direções.
18 Ao reboar do teu trovão na tempestade, os raios iluminando o mundo; estremeceu a terra e abalou-se.
19 A tua vereda atravessou o mar, e o teu Caminho, pelas águas poderosas.
20 Guiaste o teu povo como a um rebanho pela mão de Moisés e de Arão.

SALMO 78
Ação divina na história de Israel
Um poema da família de Asafe.
1 Escuta meu ensino, ó povo meu, presta atenção às palavras da minha boca!
2 Em parábolas abrirei a minha boca, proferirei enigmas do passado.
3 O que ouvimos e aprendemos, o que os pais nos contaram,
4 não o ocultaremos aos filhos; transmitiremos à geração vindoura as gloriosas realizações do SENHOR, seu poder e as maravilhas dos seus feitos.
5 Ele estabeleceu uma lei em Jacó, determinou um código de conduta em Israel. Ordenou a nossos pais que o ministrassem a nossos filhos,
6 para que a geração seguinte o aprendesse; e os filhos que haviam de nascer, quando maduros, o transmitissem igualmente a seus filhos,
7 para que depositassem em Deus sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas guardassem seus mandamentos,
8 a fim de não se tornarem como seus pais, geração indócil e rebelde, geração de coração inconstante, de espírito infiel a Deus.
9 Se os filhos de Efraim, arqueiros armados, retrocederam no dia do combate,
10 é porque, não guardando a aliança de Deus, recusaram seguir a sua Lei.
11 Esqueceram-se dos seus atos e dos prodígios que lhes mostrara.
12 Ele realizou maravilhas diante dos seus antepassados, na terra do Egito, na região de Zoã.
13 Dividiu o mar para que pudessem passar; fez a água erguer-se como um muro.
14 Durante o dia guiava-os por meio de uma nuvem e, a noite toda, por um clarão de fogo.
15 Fendeu as rochas no deserto e deu-lhes água em abundância, como a que flui das profundezas;
16 do rochedo fez jorrar torrentes, fez correr a água como rios.
17 Eles, porém, continuaram a pecar contra Ele, rebelando-se contra o Altíssimo na estepe.
18 Em seu coração tentaram a Deus, exigindo alimento mais apetitoso ao seu paladar.
19 Exclamaram contra o Senhor, questionando:“Será Deus capaz de servir-nos à mesa no deserto?
20 É verdade, Ele bateu na rocha, e eis que brotou água e jorraram torrentes; mas poderá também fornecer pão e prover de carne seu povo?”
21 Portanto, ao ouvir tais queixas do povo, enfureceu-se e com fogo atacou a Jacó, e sua ira se levantou contra Israel,
22 pois eles não creram em Deus nem confiaram no seu poder salvador.
23 Deu ordem às nuvens do alto e abriu as comportas do céu:
24 fez chover maná sobre o povo para que se alimentassem, deu-lhes trigo do céu!
25 Cada pessoa se alimentou do pão dos anjos; enviou-lhes comida à vontade.
26 Mandou do céu o vento oriental, e por meio do seu poder fez avançar o vento sul.
27 Então, fez chover carne sobre eles como grãos de areia, bandos de aves como a areia da praia.
28 Levou-as a cair dentro do acampamento, ao redor de suas tendas.
29 Comeram até se fartarem, e assim Ele satisfez o desejo do coração deles.
30 Contudo, antes de saciarem o apetite, quando ainda mastigavam a comida que lhes restava na boca,
31 desencadeou-se a ira de Deus contra aquele povo, semeando a morte entre os mais valentes, abatendo os jovens de Israel.
32 Apesar disso, continuaram pecando; não creram nos seus milagres.
33 Por isso, Ele encerrou os dias deles como um sopro, e os anos deles em repentino pavor.
34 Sempre que Deus os castigava com morte, eles o buscavam; com fervor se voltavam de novo para Ele.
35 Recordavam que Deus era a sua Rocha, que era o seu Redentor, o Deus Altíssimo.
36 Com a boca tentavam enganá-lo, mentiam-lhe com a língua;
37 de coração inconstante para com Ele, não eram fiéis à sua aliança.
38 Entretanto, porque era misericordioso, perdoava a culpa deles, a fim de que não fosse necessário que os destruísse; muitas vezes, reprimiu sua cólera santa e não acendeu todo o seu furor,
39 recordando-se de que eram seres frágeis e meros mortais, brisas passageiras que não retornam.
40 Quantas vezes se mostraram rebeldes contra Ele no deserto, e o entristeceram na terra solitária!
41 Quantas vezes puseram Deus à prova; irritaram profundamente o Santo de Israel.
42 Não se lembravam da sua mão poderosa, do dia em que os redimiu do opressor,
43 do dia em que revelou as suas maravilhas no Egito, os seus milagres na região de Zoã,
44 quando transformou os rios e os riachos dos egípcios em sangue, e eles não mais conseguiram beber das suas próprias águas;
45 e mandou enxames de moscas que os molestaram, e rãs que os devastaram;
46 quando entregou suas plantações às larvas; a produção da terra, aos gafanhotos,
47 e destruiu as suas vinhas com a saraiva, e as suas figueiras bravas, com a geada;
48 quando entregou o gado deles ao granizo, os seus rebanhos aos raios;
49 quando os atingiu com sua ira ardente, com furor, indignação e hostilidade, com muitos anjos destruidores.
50 Abriu caminho para sua ira, não poupou da morte suas almas, mas entregou suas vidas à peste.
51 Feriu todos os primogênitos do Egito, as primícias da virilidade, nas tendas de Cam.
52 Fez partir seu povo como um rebanho e os conduziu como ovelhas pelo deserto.
53 Guiou-os com segurança, sem temores, enquanto o mar cobria os inimigos.
54 Fê-los entrar em seu domínio sagrado, até a montanha que sua destra conquistara.
55 Diante deles expulsou nações e, por sorteio, repartindo o patrimônio, instalou em suas tendas as tribos de Israel.
56 Eles, no entanto, puseram Deus à prova e foram rebeldes contra o Altíssimo; não obedeceram às suas prescrições.
57 Desertaram e, como seus pais, o atraiçoaram, envergando-se como um arco frouxo.
58 Com seus altares idólatras, eles o irritaram tremendamente; com seus ídolos lhe provocaram ciúmes.
59 Deus ouviu e se indignou e, com veemência, repudiou Israel.
60 Abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde fazia morada entre os homens.
61 Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro, e seu esplendor, nas mãos do opressor.
62 Abandonou à espada seu povo, irritado contra a herança.
63 Um fogo devorou os jovens, e as donzelas não tiveram canto nupcial.
64 Os sacerdotes tombaram sob a espada, e não os prantearam as viúvas.
65 Então, como de sonolência, despertou o Senhor, como um guerreiro aturdido pelo vinho,
66 e golpeou os inimigos pelas costas, infligindo-lhes infâmia eterna.
67 Descartou a tenda de José, preteriu a tribo de Efraim.
68 Escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que Ele amava.
69 Construiu seu santuário como no alto céu, como a terra, que consolidou para sempre.
70 Escolheu Davi, seu servo, tirando-o dos apriscos do rebanho;
71 do cuidado das ovelhas, seu povo, Israel, sua herança.
72 E ele os pastoreava com coração irrepreensível e, com a perícia de suas mãos os conduzia.

SALMO 79
O povo suplica o socorro de Deus
Um salmo da família de Asafe.
1 Ó Deus, as nações invadiram tua herdade, profanaram teu santo templo, reduziram Jerusalém a ruínas.
2 Lançaram os cadáveres de teus servos como pasto às aves sarcófagas, a carne dos teus fiéis, aos animais selvagens.
3 Derramaram, como água, seu sangue em torno de Jerusalém, e ninguém os sepultava.
4 Tornamo-nos o escárnio dos vizinhos, objetos de riso e menosprezo para todos que vivem ao nosso redor.
5 Até quando, SENHOR? Estarás sempre irado, ardendo com fogo teu zelo?
6 Derrama teu furor sobre as nações pagãs, sobre todos os reinos que não te adoram, que não invocam teu Nome,
7 porquanto devoraram Jacó e assolaram sua morada!
8 Não evoques contra nós as culpas dos nossos pais! Venha logo ao nosso encontro tua compaixão, pois estamos profundamente deprimidos.
9 Ajuda-nos, ó Deus, Salvador nosso, pela glória do teu Nome! Livra-nos e perdoa nossos pecados, por causa do teu Nome!
10 Por que hão de dizer as nações: “Onde está o seu Deus?” Diante de nossos olhos, mostra aos pagãos a tua vingança pelo sangue dos teus servos!
11 Chegue à tua presença o lamento dos prisioneiros; com teu braço poderoso preserva os sentenciados à morte.
12 Devolve a nossos vizinhos, sete vezes mais, a afronta com que te insultaram, Senhor!
13 Então nós, o teu povo, as ovelhas das tuas pastagens; de geração em geração, para sempre te adoraremos e cantaremos os teus louvores.

SALMO 80
Oração pela restauração de Israel
Ao regente do coro: segundo a melodia “Os lírios da Aliança”.
Um salmo da família de Asafe.
1 Escuta, ó Pastor de Israel, que guias José como um rebanho! Tu, que estás entronizado sobre os querubins, manifesta a tua glória,
2 diante de Efraim, Benjamim e Manassés! Desperta teu poder e vem salvar-nos!
3 Restaura-nos, ó Deus: faze brilhar tua bondosa face, para que sejamos salvos.
4 Eterno, Deus dos Exércitos, até quando em tua ira santa ignorarás as preces do teu povo?
5 Deste-lhe a comer o pão das lágrimas, a beber um pranto triplicado.
6 Fizeste-nos objeto de contenda dos vizinhos, e de nós zombam os inimigos.
7 Restaura-nos, ó Deus dos Exércitos, faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que sejamos salvos.
8 A videira que retiraste do Egito, tu a replantaste, expulsando nações.
9 Limpaste o terreno, e ela lançou suas raízes enchendo a terra toda.
10 Sua sombra cobriu as montanhas, e seus ramos, os cedros altíssimos.
11 Suas ramagens se estenderam até o Mar, e seus brotos, até o Rio.
12 Por qual motivo derrubaste suas cercas, permitindo que todos os que passam tomem suas uvas?
13 O javali da selva a devasta, pastam nela os animais do campo.
14 Volta-te, ó Deus Todo-Poderoso, olha do céu e vê! Vem visitar esta videira
15 da raiz que a tua mão direita plantou, o filho que para ti fortaleceste!
16 Ei-la incendiada, cortada. Pereçam eles, sob a ameaça do teu rosto!
17 Pousa a tua mão sobre aquele homem que está à tua direita: o filho do homem que para ti mesmo fizeste crescer.
18 Não nos afastaremos de Ti: Tu nos conservarás a vida, e invocaremos o teu Nome.
19 Restaura-nos, ó Deus, SENHOR Todo-Poderoso: faze brilhar tua face sobre nós, e então seremos salvos!

SALMO 81
Exortação ao culto e à obediência
Ao regente do coro: segundo a melodia “Os lagares”.
Um salmo da família de Asafe.
1 Cantai de júbilo a Deus, nossa força; celebrai o Deus de Jacó.
2 Salmodiai e fazei soar os pandeiros, tocai a lira e a harpa melodiosa.
3 Fazei ressoar a trompa, na lua nova, na lua cheia, no dia de nossa festa!
4 Porque é uma lei para Israel, um preceito do Deus de Jacó,
5 uma regra que Ele impôs a José, quando saiu contra a terra do Egito. Ali ouvimos uma língua que não compreendíamos.
6 Ele declara: “Tirei o fardo dos teus ombros, e tuas mãos ficaram livres dos cestos de cargas.
7 Quando clamaste na aflição, Eu te libertei; Eu te respondi, oculto no trovão; provei-te junto às águas de Meribá.
8 Escuta, povo meu! Quero admoestar-te. Tomara que tu, Israel, me escutes!
9 Não haja no meio de ti deus estranho, não adorarás qualquer entidade diferente de mim!
10 Eu Sou o Eterno, teu Deus, que te fez subir da terra do Egito; abre bem a tua boca, e Eu te satisfarei!
11 Contudo, meu povo preferiu não me dar ouvidos; Israel não quis obedecer-me.
12 Por isso os entreguei a seu próprio coração teimoso, a fim de que seguissem seus intentos e desejos!
13 Ah! Se meu povo me escutasse! Se Israel andasse pelos meus caminhos,
14 prontamente, Eu mesmo venceria seus inimigos, voltaria a minha mão contra todos os seus adversários;
15 os que odeiam o SENHOR se renderiam diante dele, e receberiam uma punição perpétua.
16 Então, Eu sustentaria Israel com o melhor trigo e, com mel retirado da rocha, Eu, pessoalmente, o satisfaria”.

SALMO 82
Os juízes devem agir com justiça
Para o mestre de música.
Salmo e cântico da família de Asafe.
1 Deus, o supremo Juiz, levantou-se na assembléia divina, no meio dos poderosos abre o julgamento:
2 “Até quando dareis sentenças injustas, favorecendo os ímpios?
3 Sede juízes para o desvalido e órfão, fazei justiça ao mísero e ao indigente;
4 libertai o fraco e o pobre, livrai-os das garras dos ímpios!
5 Eles nada compreendem, nem percebem que vagueiam pelas trevas da ignorância e da insensibilidade; abalam assim as bases que sustentam a própria terra.
6 Eu declarei: vós, ó juízes, sois como os deuses; todos vós sois filhos do Altíssimo!
7 No entanto, como seres humanos, morrereis e, como qualquer outro governante, caireis”.
8 Levanta-te, ó Eterno, e julga tua terra, porquanto a ti pertencem todas as nações!

SALMO 83
Deus peleja contra seus inimigos
Cântico.
Salmo da família de Asafe
1 Ó Deus, não emudeças; não fiques como quem não pode falar nem te detenhas, ó SENHOR!
2 Eis que teus inimigos se alvoroçam; vê como empinam a cabeça em sinal de desafio!
3 De maneira astuta armam ciladas contra o teu povo; tramam maldades contra os teus protegidos.
4 Conjeturam: “Vinde, exterminemo-los da face da terra; a fim de que não haja mais qualquer lembrança do nome de Israel!”
5 Eles deliberam de comum acordo, é contra ti que estabelecem conchavos:
6 as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os hagarenos,
7 Gebal, Amom e Amaleque, a Filístia, com os habitantes de Tiro.
8 Até a Assíria juntou-se a eles, e emprestou sua força aos descendentes de Ló.
9 Age sobre eles como agiste contra Midiã, como fizeste a Sísera, como trataste a Jabim, no rio Quisom;
10 os quais pereceram em En-Dor e viraram esterco para serem consumidos pela terra.
11 Faze com seus nobres o que fizeste com Orebe e Zeebe, e com todos os seus príncipes, o que fizeste com Zeba e Zalmuna,
12 que aventaram: “Apoderemo-nos das habitações de Deus!”
13 Meus Deus! Faze-os rodopiar como folhas secas no chão, como palha ao capricho do vento!
14 Como o fogo que devora a floresta, como a labareda que abrasa os montes,
15 persegue-os com o teu vendaval, apavora-os com a tua tempestade.
16 Cobre-lhes de vergonha o rosto até que decidam buscar teu Nome, ó Senhor!
17 Assim, humilhados e aterrorizados para sempre, pereçam na mais absoluta desgraça.
18 Saberão, portanto, que só tu, cujo Nome é Eterno, é Único, e que somente tu, ó Altíssimo, és o SENHOR e soberano de toda a terra!

SALMO 84
Saudades da Casa de Deus
Ao mestre de canto, de acordo com a melodia “Os Lagares”.
Um salmo dos coraítas.
1 Como é amável o lugar da tua morada, ó SENHOR dos Exércitos!
2 Minha alma se consome de ansiedade pelos átrios do SENHOR, meu coração e minha carne vibram de alegria pelo Deus vivo.
3 Até o pardal encontrou morada, e a andorinha um ninho para si, para abrigar seus filhotes, um lugar próximo ao teu altar, ó Eterno dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.
4 Felizes os que habitam em tua Casa, louvando-te sem cessar!
5 Felizes os que em ti encontram sua força, e todos aqueles que são peregrinos de coração!
6 Ao atravessarem o vale de lágrimas de Baca, convertem-no num lugar de fontes, como a boa chuva de outono, que, ainda o cobre de bênçãos.
7 Caminhando com vigor sempre crescente, apresentam-se perante Deus em Sião.
8 SENHOR, Eterno, Deus dos Exércitos, escuta minha oração, presta ouvido, ó Deus de Jacó!
9 Ó Deus, que és o nosso Soberano; trata com misericórdia o teu ungido!
10 Pois um dia em teus átrios vale mais que mil em qualquer outro lugar; estar recostado à porta da Casa do meu Deus é melhor que morar nas tendas mais ricas dos ímpios.
11 Porquanto DEUs, o Eterno, é sol e escudo, o SENHOR concede graça e glória. Ele nenhum bem recusa aos que vivem com integridade.
12 Ó SENHOR Todo-Poderoso, feliz é o ser humano que em ti confia plenamente!

SALMO 85
Súplica pelo perdão do Senhor
Ao regente do coro.
Salmo da família de Corá.
1 Favoreceste, SENHOR, a tua terra; trouxeste Jacó de volta do cativeiro!
2 Perdoaste a culpa do teu povo e cobriste todos os seus pecados.
3 Puseste fim à tua indignação, retiraste tua ardente cólera.
4 Restaura-nos, ó Deus, nosso Salvador! Suprime teu rancor contra nós!
5 Estarás para sempre irritado contra nós, prolongando tua ira, de geração em geração?
6 Acaso não nos renovarás a vida, a fim de que o teu povo se rejubile em ti?
7 Revela-nos o teu amor, ó Eterno, e concede-nos a tua salvação!
8 Ouvirei atentamente o que Deus, o SENHOR, tem a nos declarar; Ele promete paz ao seu povo, aos seus devotos, desde que não retornem à insensatez!
9 Em verdade, próxima está a salvação que Ele trará aos que o temem, e sua glória habitará em nossa terra.
10 Então, o amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão.
11 A lealdade germinará da terra, e a perfeita justiça descerá dos céus!
12 O SENHOR nos concederá a felicidade, e nossa terra produzirá farta colheita.
13 A justiça seguirá à sua frente com a finalidade de preparar o caminho para seus passos!

SALMO 86
Oração em tempos de aflição
Uma prece de Davi.
1 Ó Eterno, inclina para mim os teus ouvidos e dá-me tua resposta, pois sou um desvalido e estou muito aflito.
2 Conserva-me em vida, pois sou fiel. Tu, meu Deus, salva teu servo, que em ti confia!
3 Tem piedade de mim, SENHOR, pois a ti clamo, todo o dia.
4 Alegra o coração do teu servo, porquanto a ti, SENHOR, elevo a minha alma.
5 Pois tu és bondoso e perdoador, SENHOR, rico em graça e misericórdia para com todos os que te invocam.
6 Escuta a minha oração, SENHOR; atenta para a minha súplica!
7 No dia do perigo clamo a ti, porque tu me respondes.
8 Ninguém, entre os deuses, é como tu, ó SENHOR, e nada existe que se compare às tuas obras.
9 Todas as nações que fizeste virão prostrar-se diante de ti, SENHOR, e glorificarão teu Nome,
10 pois tu és magnífico e realizas milagres maravilhosos; em verdade só tu és Deus!
11 Revela-me, SENHOR, teu Caminho, para que eu o siga em fidelidade para contigo. Orienta meu coração, para que tema teu Nome!
12 De todo o coração te exaltarei, SENHOR, meu Deus, e glorificarei para sempre o teu Nome,
13 porquanto teu amor é tão generoso para comigo, que livraste minha alma de todos os poderes da morte.
14 Ó Deus, os arrogantes se levantam contra minha pessoa; um bando de prepotentes atenta contra minha vida, gente que não faz caso de ti.
15 Entretanto tu, SENHOR, és Deus compassivo e misericordioso, rico em paciência, amor leal e justiça;
16 volta-te para mim, tem compaixão de mim! Concede tua força a teu servo necessitado e salva o teu filho fiel!
17 Dá-me um sinal do teu favor, para que todos os que me tratam com ódio o vejam e se sintam humilhados, ao confirmar que tu me acompanhas com teu conforto e auxílio!

SALMO 87
Cântico profético sobre Jerusalém
Um salmo dos descendentes de Corá.
1 O SENHOR firmou as bases da sua cidade sobre o monte santo;
2 Ele ama os portais de Sião mais do que todas as habitações de Jacó.
3 Ah! Maravilhas são contadas a teu respeito, ó Cidade de Deus!
4 “Entre os que me reconhecem incluirei o Egito e a Babilônia, além da Filístia, de Tiro, e também da Etiópia, como se tivessem nascido em Sião.”
5 Na verdade em Sião nasceram multidões que conhecem o Eterno e Ele, pessoalmente, a estabeleceu como a mais nobre cidade.
6 Assim o SENHOR escreverá no registro dos povos: “Este nasceu ali”.
7 Músicos e compositores sobre ela afirmarão: “Todos os meus pensamentos e toda a minha inspiração provêm de ti, ó Sião!”

SALMO 88
Oração em dias de grande aflição
Um hino dos coraítas para o mestre de música.
Em melodia para o coração aflito: para responsório.
Salmo didático de Hemã, o ezraíta.
1 Ó Eterno, Deus de minha salvação, dia e noite clamo a ti!
2 Chegue à tua presença minha oração, presta ouvido ao meu clamor!
3 Minha alma está saturada de desgraças, minha vida está à beira das profundezas da morte.
4 Já sou contado entre os que baixam à sepultura, sou como uma pessoa absolutamente alquebrada;
5 Sinto-me abandonado à minha própria sina, entre os mortos. Sou como os trucidados, que jazem na região dos mortos, dos quais já não te lembras, pois estão apartados de tua mão.
6 Tu me depositaste nas profundezas do fosso, nos lugares tenebrosos e abismais.
7 Sobre mim pesa a tua cólera; com todas as tuas grandes ondas do mar me afligiste.
8 Afastaste de mim os meus conhecidos, fizeste de mim um horror para eles. Enclausurado, não vejo qualquer saída;
9 meus olhos anuviam-se de preocupação. Todo dia te invoquei, SENHOR, estendendo para Ti minhas mãos.
10 Farás, entretanto, um milagre para aqueles que já se despediram da vida? Porventura os mortos virão a se levantar e te louvar?
11 Será que teu amor é também proclamado no túmulo, e a tua fidelidade no Abismo da Morte?
12 Será teu sinal milagroso conhecido na região das trevas, e tua justiça, na dimensão do esquecimento?
13 Contudo, eu, ó SENHOR, clamo a ti por socorro; já ao romper da alvorada a minha oração chega à tua presença.
14 Por que, SENHOR, me rejeitas e escondes de mim a tua face?
15 Desde muito jovem tenho sofrido e ando próximo da morte; os teus terrores levaram-me ao desespero.
16 Sobre minha existência se abateu a tua ira; os pavores que me causas me consumiram.
17 Cercam-me o dia todo como uma inundação; fazem-me submergir em agonia.
18 Afastaste de mim os meus amigos e todos os meus conhecidos de jornada; as trevas são a minha única companhia.

SALMO 89
Promessa messiânica a Davi
Obra poética do ezraíta Etã.
1 Para sempre cantarei sobre o inesgotável amor leal do Eterno; minha boca proclamará a tua fidelidade a todas as gerações!
2 Sim, anuncio a todos que teu amor está edificado para sempre; nos céus estabeleceste tua fidelidade:
3 “Fiz aliança com meu eleito, jurando a Davi, meu servo:
4 Estabelecerei tua descendência para sempre, e firmarei o teu trono, de geração em geração”.
5 Os céus exaltam tuas maravilhas, SENHOR, e tua fidelidade, na assembléia dos santos.
6 Quem, nos céus se compara ao SENHOR? Quem é igual ao SENHOR entre os seres celestiais?
7 No conselho dos santos, Deus é grandemente temido e inspira mais temor do que todos os que o cercam.
8 Ó DEUs, ETERNO, SENHOR dOs EXÉRCITOs, quem é igual a ti? Poderoso és tu, SENHOR, e tua fidelidade está ao teu redor.
9 Dominas a insolência do mar bravio; quando suas ondas se sublevam, tu as amansas.
10 Mataste e aniquilaste o Monstro dos Mares, desbarataste os inimigos com o poder do teu braço forte.
11 O céu é teu, tua é a terra; fundaste o mundo e tudo o que nele existe.
12 Tu criaste o Norte e o Sul. Os montes Tabor e Hermom entoam hinos de louvor ao teu Nome.
13 Tens o braço cheio de poder, a mão forte, a destra sempre erguida.
14 A justiça e o direito são as bases de teu trono; amor e fidelidade precedem a tua passagem.
15 Como é feliz o povo que aprendeu a honrar-te, SENHOR, e que se deixa conduzir pela maravilhosa luz de tua presença!
16 Dia e noite sabem exaltar o teu Nome e se alegram em tua retidão,
17 pois tu és a nossa glória e o nosso poder, e por tuas misericórdias reergues nossa fronte!
18 Sim, ó Eterno, Tu és o nosso escudo, o Santo de Israel, Tu és o nosso Rei!
19 Outrora, em visão, falaste assim aos teus fiéis: “Dei meu apoio a um herói, do meio do povo exaltei um escolhido.
20 Encontrei Davi, meu servo, ungi-o com meu óleo santo.
21 A minha mão o susterá, e o meu braço será a sua força.
22 Nenhum inimigo o humilhará sob pesados tributos; tampouco alguém poderá oprimi-lo.
23 Esmagarei diante dele os seus adversários e exterminarei todos os seus inimigos.
24 Minha lealdade e meu amor estarão sempre com ele; e em meu Nome se erguerá sua fronte!
25 Porei sua mão para dominar os mares e comandar os rios.
26 Ele me invocará, declarando: ‘Tu és meu Pai, meu Deus, a Rocha que me salva’.
27 Eu também o constituirei meu primogênito, supremo sobre todos os reis da terra!
28 Manterei meu amor leal por ele para sempre, e minha aliança com ele jamais se quebrará.
29 Para sempre estabelecerei sua descendência; e seu trono, como os dias do céu.
30 Se seus filhos abandonarem minha Lei e não mais desejarem seguir meus mandamentos,
31 se violarem minhas ordenanças e desdenharem dos meus santos decretos,
32 virei sobre eles com a vara das aflições e castigarei seu pecado e sua iniqüidade, com açoites;
33 contudo, não afastarei dele meu amor benevolente e jamais lhe negarei minha atenção pessoal e fiel.
34 Eu não violarei minha aliança, tampouco modificarei qualquer das promessas dos meus lábios.
35 De uma vez para toda a eternidade jurei por minha santidade, e não faltarei com a minha palavra a Davi:
36 sua descendência viverá para sempre, e seu trono estará diante da minha face e durará como o sol,
37 como a lua, que não cessa de refletir sua iluminação, fiel testemunha nos céus!”
38 Entretanto, Tu o rejeitaste, recusaste-o e te enfureceste com o teu ungido.
39 Renegaste a aliança com teu servo, profanaste sua coroa, atirando-a ao pó da terra.
40 Derrubaste todas as suas muralhas, desmantelaste suas fortalezas.
41 Saquearam-no todos os transeuntes, e ele tornou-se o ludíbrio dos vizinhos.
42 Exaltaste a destra dos seus adversários e alegraste todos os seus inimigos.
43 Tiraste o fio de sua espada e não o apoiaste na guerra.
44 Puseste fim a seu esplendor e derrubaste por terra seu trono.
45 Abreviaste os dias de sua juventude e o cobriste de vergonha.
46 Até quando, SENHOR? Para sempre te ocultarás, ardendo como fogo a tua ira?
47 Lembra-te da duração da minha vida! Criaste em vão todos os seres humanos?
48 Viverá, sem ver a morte, algum valente, que possa esquivar-se das garras da sepultura?
49 Onde estão teus dons de amor que tão maravilhosamente demonstraste outrora, ó Eterno, os quais prometeste a Davi manter por causa da tua fidedignidade?
50 Lembra-te, ó SENHOR, das ofensas que o teu servo tem sofrido, das zombarias que na alma tenho de suportar, desferidas por todos os povos,
51 dos ultrajes dos teus inimigos, ó Eterno, com que afrontam a cada passo o teu ungido.
52 Bendito seja para toda a eternidade o SENHOR! Amém e amém!